Mais que o peso das latas, o peso maior é o sofrimento causado pela falta de saneamento básico ainda tão presente mesmo nas periferias urbanas e que trazem imensas dificuldades no dia a dia de uma grande parte da população.

De um modo geral, aos homens cabe sair pela cidade em busca de um trabalho remunerado enquanto às mulheres cabe o cuidado com a casa e com a prole.

Isto inclui se deslocar até certos pontos de água, fontes naturais, rios, lagos, açudes ou pontos de água canalizados criados pelos governantes locais para se abastecerem do precioso líquido.

Numa linda homenagem a estas mulheres, Fattima nos mostra a dura realidade destas tantas guerreiras cotidianas que, para evitar excessivas idas e vindas, se munem de imensas latas com grande capacidade.

Estas, após estarem cheias, são colocadas em equilíbrio sobre suas cabeças tendo como apoio apenas pequenos lenços ou turbantes enrolados.

Começam então o caminho de volta para casa, através de ruas empoeiradas, o corpo esguio pelo exercício diário, as mãos livres.

A cadência do quadril garante que o lata chegue cheia, subindo morros e fazendo trajetos absolutamente impossíveis!

Crianças, mesmo as que estão aprendendo a andar, carregam pequenos baldes e garrafas d’água nas mãos, ajudando suas mães.